Lição 01 - Jeremias, o profeta da Esperança
Leitura Bíblica em Classe
2 Coríntios Jeremias 1.1-10
I. A origem sacerdotal do profeta Jeremias
II. A vocação de Jeremias
III. O estado civil de Jeremias
IV. A postura profética de Jeremias
Tema do Subsídio
Visão panorâmica e conceito de Justiça no Livro de Jeremias
Prezado professor, estamos iniciando mais um trimestre de Lições Bíblicas. O tema a ser abordado é “Jeremias: Esperança em tempos de crise”. O livro de Jeremias é rico em profecias (que se cumpriram e vão cumprir) e episódios históricos importantes que marcam a história do povo hebreu. Mas acima de tudo, o livro de Jeremias tem o ponto central que iremos abordar neste subsídio: a Justiça de Deus. O princípio de Justiça permeia todo o livro do profeta Jeremias. No subsídio dessa lição, além de abordar o conceito de Justiça de Deus, faremos uma análise panorâmica do livro de Jeremias denotando as seguintes questões: Data, autoria, esboço teológico, sermões e passagens importantes do livro de Jeremias. Outras questões a serem consideradas nesse subsídio são a missão do profeta e lições contemporâneas proveitosas para a vivência atual da igreja do Senhor nesse mundo. Desejamos ao prezado professor, um rico aprendizado nesse trimestre! Deus abençoe as suas aulas!
Data e autoria
Fortes evidências internas identificam Jeremias como o autor do livro que leva seu nome. Muito de seu conteúdo foi compilado exatamente antes da rendição de Jerusalém, em a.C.
Esboço teológico
I. A Missão de Jeremias (1 – 10)
II. A violação da Aliança (11 – 20)
III. A aproximação do julgamento (21 – 29)
IV. A nova aliança (30 – 33)
V. A queda de Jerusalém (34 – 52)
Sermões[1]
Na época de Josias: Jr 2.1 – 3.5; 3.6 – 6.30; 7.1 – 10.25; 18.1 – 20.18
Nos dias de Jeoaquim: Jr 14 – 17; 22 – 23; 25 – 26; 35 – 36; 45 – 48
No dias de Zedequias: Jr 21; 24; 27 – 34; 37 – 39; 49
Nos dias de Gedalias[2]: Jr 40 – 44
As últimas mensagens: Jr 50 – 52
Principais passagens
Jr 2. O profeta classifica os pecados de Judá
Jr 17. O pecado é uma questão de foro íntimo da humanidade
Jr 23. Os falsos profetas. Como identificá-los
Jr 28. Os profetas falsos versus os verdadeiros
Jr 31. Deus promete uma nova aliança a seu povo
A Justiça de Deus
A Justiça de Deus é tema recorrente no livro de Jeremias. No Antigo Testamento há vários termos que caracterizam o conceito bíblico de Justiça, onde nesta oportunidade destacaremos três: yashar; mishpat; sedeq. O termo yashar denota o caminho “reto”, “direito”, “suave”, apontando o princípio de retidão norteadora no caminho do indivíduo (Pv 9.15; Pv 15.21). A palavra mishpat denota julgamento, o termo informa que o juíz que julga as causas, deve portar o atributo do mishpat, ou seja, da “justiça”, do “direito” e da “retidão”. O terceiro termo, sedeq, assinala o que é “justo”, “direito” ou “normal” como peso e medidas plenos de justiça. O Eterno é o Deus de Justiça (Is 30.18), é inconcebível o Eterno não agir segundo a sua Justiça e não exigir de sua criatura o exercício dos princípios dessa Justiça (Mt 5.6). Deus julga justamente (Sl 9.4) e os seus julgamentos são corretos e executados para o supremo bem da humanidade (Sl 119.75). Eis a Justiça de Deus!
A missão profética de Jeremias
Diante do conceito de Justiça, Jeremias é impelido por Deus a proclamar o juízo do Senhor em relação ao destino da nação hebreia, cuja face virou para o Eterno. A servidão a deuses, as injustiças sociais, as alianças indevidas, a inobservância do descanso da terra, foram fatores determinante para o exercício do juízo que o Senhor ordenou.
Na época dos reis Josias (640-609 a.C.); Jeoaquim (609-598 a.C.); Joaquim (598-597 a.C); Zedequias (597-586 a.C.); Judá foi dominada por Babilônia. É nesse contexto que a sentença de Deus foi anunciada, onde Jeremias recebeu a incumbência de Deus para desempenhar uma missão nada popular: conclamar todo Judá a submeter-se ao império babilônico como uma disciplina ordenada pelo Senhor. Os reis e o povo de Judá não aceitaram essa mensagem e na mesma medida rejeitaram a Deus em favor das divindades pagãs.
Lições Contemporâneas no livro de Jeremias
No contexto nacional da sociedade hebreia onde a majoritariedade dos “oráculos” que egocêntricos predominavam, não havia a permissão para qualquer comunicação pessimista da ação praticada por parte da nação judaica. Deve-se levar em conta que no contexto vivencial de Jeremias, a maioria dos profetas pronunciava profecias otimistas, de conquistas e independência, enquanto Jeremias - o profeta solitário - sustentava a verdade estabelecida por Deus, sobre o seu povo, nada popular.
Enquanto o profeta solitário proclama o juízo de Deus, os demais profetas proclamavam o sofismo triunfalista. Naturalmente o profeta Jeremias foi desacreditado pela elite judaica e rejeitado pelo sistema institucional da época. Seus algozes já tinham planejado o discurso triunfalista de conquista e domínio, mas mal sabiam eles que os seus destinos já estavam sacramentados, eles não voltariam atrás.
O livro do profeta Jeremias vai ao encontro de uma realidade presente hoje no contexto contemporâneo: a sedução triunfalista do povo. Essa sedução é tão enraizada, como nos dias de Jeremias, que não se cogita a possibilidade desses devaneios serem removidos do nosso seio. O povo de Deus deve atentar que o Altíssimo tem sempre um plano perfeito para executar, e nem sempre a forma de articulá-lo entre os seres humanos é bem vinda. O importante e o que é inegociável são a destreza de discernir o tempo presente e a confiança de está sob a soberania do Eterno custe o que custar. A sua graça é plenamente suficiente!
Referência Bibliográfica
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1ª ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2005.
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006.
DAVER, Mark. A Mensagem do Antigo Testamento. Rio de Janeiro. 1ª ed. CPAD, 2008.
[1] O prezado professor pode verificar que os capítulos de Jeremias não estão em ordem cronológica, ela alterno de um rei para o outro. O livro de Jeremias também não encontra uma introdução, um corpo de texto e uma conclusão. A melhor forma de leitura do livro de Jeremias é vê-lo como uma coletânea de discursos alternados por diversos episódios históricos.
[2] Gedalias foi um governador nomeado pelos babilônios após a destruição de Judá.
Lição 02 - Os perigos do desvio espiritual
Leitura Bíblica em Classe
Jeremias 2.1-7,12,13
I. O que é apostasia?
II. Um brado contra a apostasia
III. Em que consistia a apostasia de Israel?
Tema do Subsídio
Pregador e Pregação: Um antídoto eficaz contra a apostasia
Prezado professor, na lição de hoje o universo temático é palpitante: Apostasia. A apostasia é um ataque interno, ela surge silenciosamente no seio da família, igreja e seminários; e se externaliza em seus efeitos perante a sociedade.
O subsídio dessa lição se propõe analisar os instrumentos eficazes para denunciar e erradicar a Apostasia: Pregador e Pregação.
Visando fazer um diálogo desses dois instrumentos com a problemática da apostasia, queremos mostrar a relevância e a seriedade que se deve aplicar ao exercício da pregação contemporânea.
A relevância do Pregador
O pregador contemporâneo tem um grande desafio pela frente: ser autêntico com a genuinidade do Evangelho. O grande perigo que sonda o pregador é a espetacularização da mensagem. A consequencia é a “fabricação” da mensagem para massagear egos e não comunicar verdades palpitantes do texto bíblico. Deve o pregador ter em mente que a sua relação com a Bíblia deve ser a mais natural possível. Sobre isso diz o doutor Martin Lloyd-Jones (o relevante pregador britânico de sua época) ao pregador: “O grande perigo é lermos a Bíblia ao acaso, pegando somente as passagens de que gostamos. O certo seria lermos a Bíblia pelo menos uma vez por ano, todos os anos. Feita essa leitura geral todos os dias, podemos estudar um livro específico da Bíblia com a ajuda de comentários. Não se deve ler a Bíblia à procura de textos para sermões, mas sim porque ela é um alimento de Deus para a alma. Assim fazendo, logo descobriremos um texto em particular que nos abala, sugerindo um material para o sermão”.
Esse condicionamento para o texto bíblico implicará na motivação do Pregador. O pregador que tem em sua alma a essência do Evangelho poderá falar seguramente “Assim diz o Senhor!”, ainda que esta fala afronte diretamente interesses particulares. O Evangelho não é para concessões, mas nós devemos a todo tempo fazer as concessões que o Evangelho determina. É o Evangelho que faz o homem retroceder nos seus intentos ruins. Sentir o que Deus sente, falar o que Deus fala só é possível a partir da relação íntima cultivada com Ele após perscrutar os direcionamentos dados através de suas Verdades. Por isso, a relação do pregador diante da revelação de Deus, deve ser proporcional a necessidade íntima que ele manifesta perante Deus, ou seja, precisa vir da relação mais natural possível com a Palavra de Deus.
A pregação e a apostasia
Para a apostasia ser combatida e erradicada, a pregação deve desempenhar um papel relevante. Seus aspectos, desafiador, corretor e consolador precisam ser preservados com a base do amor. Podemos tomar emprestadas algumas considerações de Jhon MacARTHUR, Jr.[1], onde ele explora com destreza as características da pregação:
· A pregação deve receber a devida prioridade;
· A pregação deve receber a devida fundamentação;
· A pregação deve possuir o devido conteúdo;
· A pregação deve conter o devido compromisso;
· A pregação deve manifestar o chamado supremo do pregador.
Expressando de forma autêntica, o Pastor George O. Wood expõe a seriedade da pregação elegendo um método: “Uma razão para o pastorado longo: ‘Pregação Expositiva’[2]. A pregação expositiva basicamente toma uma perícope da Escritura respondendo duas perguntas: O que disse? E o que diz? Após responder essas perguntas, os pontos principais e os subpontos da mensagem são regidos pelo próprio texto, ou seja, a pregação expositiva não permite ondulações externa ao texto, mas exige que o pregador domine integralmente o âmago do texto para garantir a fidelidade na exposição do texto bíblico. Por isso o papel da pregação no combate à apostasia é tão relevante!
Olhando para a história da igreja, aonde ocorreram os Avivamentos, Despertamentos e Arrependimentos; a seriedade kerigmática sempre esteve presente nesses movimentos (John Wesley; Charles Spurgeon; Jonathan Edwards; etc...). Portanto, contra a apostasia, faz-se necessário o exercício sério, paulatino, intelectual e espiritual da pregação. Esta por sua vez precisa responder perguntas que estão sendo feitas, precisa comunicar verdades absolutas, precisa iluminar as mentes, precisa aquecer os corações, precisa acalmar o aflito, precisa incomodar o acomodado, precisa desafiar à encarnarnação dos valores contido no Reino. O Pregador precisa falar e o povo precisa ouvir, assim, a apostasia terá uma poderosa barreira no seio da igreja!
Referência Bibliográfica
MACARTHUR, JR., John. Ministério Pastoral, Alcançando a excelência no ministério cristão. Rio de Janeiro. 4ª ed. CPAD, 2004.
Manual Pastor Pentecostal, Teologia e Práticas Pastorais. Rio de Janeiro. 3ª ed. CPAD, 2005.
[1] MACARTHUR, JR., John. Ministério Pastoral, Alcançando a excelência no ministério cristão. Rio de Janeiro. 4ª ed. CPAD, 2004, p. 261-271.
[2] Manual Pastor Pentecostal, Teologia e Práticas Pastorais. Rio de Janeiro. 3ª ed. CPAD, 2005, p. 82,84.
Lição 03 - Anunciando ousadamente a Palavra de Deus
Leitura Bíblica em Classe
Jeremias 7.1-11
Introdução
I. Jeremias é chamado a pregar na porta do templo
II. A mensagem de Jeremias
III. Jeremias combate a teologia do templo
IV. A lição de Siló
Conclusão
A Ortopraxia do Culto e da Adoração
Prezado professor, a lição de hoje procura retratar o perigo de a nossa vida espiritual tornar-se uma mera observação ritualística, desprovida do sentimento verdadeiro que permita indignar-se com as injustiças ao nosso redor e a falta de ética com a vida humana. O subsídio desta lição aborda o conceito de Culto, o seu desdobramento na Adoração e o significado da adoração atrelado a Ortopraxia (uma prática certa) do cristão.
O culto
O termo culto é derivado do latim cultus, que significa veneração, tributação voluntária de louvores e honra ao Criador. A liturgia ou ritual praticado no templo não é propriamente o culto. Porém, sua característica está na piedade, sentimento e amor a Deus, onde é possível denotar a verdadeira predisposição espiritual na adoração. O que ocorrera com os judeus na época de Jeremias, foi que o sistema do culto era observado como um ritual frio que deveria ser praticado sem compromisso algum do caráter pessoal. Em Provérbios 7. 14,15 o rei Salomão denota com destreza a mecanicidade pragmática do culto no Israel monárquico, onde uma mulher apresenta sacrifícios pacíficos (um elemento de culto) e em seguida acha-se livre para cometer a mais sórdida infidelidade: o adultério. O culto desprovido da vida sincera com Deus torna-se corrupto!
O desdobramento do culto na adoração
O termo adoração versa do latim adorationem, que significa orar para alguém. É a veneração elevada que se presta a Deus, reconhecendo sua soberania em todas as esferas da vida. Por isso a vida de adoração não está limitada a área geográfica, mas ao verdadeiro estilo de vida que a representa. O Senhor Jesus disse “que o Pai busca adoradores que o adorem em Espírito e em Verdade” [1]. O ensino do Senhor ainda destaca “amar o Pai de todo o coração, alma e pensamento” [2] como características fundamentais da perfeita adoração. O Pastor Claudionor de Andrade (autor da lição desse trimestre) conceitua o termo adoração: “Adoração não é contemplação; é, acima de tudo, serviço que se presta ao Reino de Deus”. Essas exposições afirmam que a prática da adoração está longe de uma observação estática de elementos que não constituem vida e sentimento para com Deus, mas requer a manifestação verdadeira da adoração autêntica que represente a verdade na vida dos que propõe a intimidade de amar a Deus acima de todas as coisas. A adoração não é episódica, mas permanente, intensa e profunda.
Adoração e a Ortopraxia
O profeta Jeremias denunciava que o culto não denotava a relação essencial do povo com Deus. Enquanto em muitas religiões basta você repetir algumas fórmulas em palavras para se tornar um membro dela (como no islamismo), para Deus isso não é o suficiente. Alguns profetas denunciaram o que Deus sentia ao ver homens declarando superficialmente com seus lábios o amor a Deus, mas com o seu coração longe e insensível à sua voz. Vejamos alguns textos: “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído;” [3]; “Eis que para contendas e debates, jejuais e para dardes punhadas impiamente; não jejueis como hoje, para fazer ouvir a vossa voz no alto” [4]; “Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este. Mas deveras melhorardes os vossos caminhos e as vossas obras... se não [mas] oprimirdes o estrangeiro, e o orfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para o vosso próprio mal” [5]; “... Quando jejuardes e pranteaste, no quinto e no sétimo mês, durante estes setentas anos, jejuastes vós para mim, mesmo para mim?... Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um a seu irmão; e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente o mal cada um contra o seu irmão, no seu coração” [6]. Essas profecias trouxeram a tona a hipocrisia do povo e da elite (nobres e sacerdotes), deixando claro que não pode haver dualidade na adoração. Ela não é desassociada da prática na vida comum. O Eterno deixou claro que a proposta do homem em cultuá-lo (jejuns, orações, Cânticos, etc.) deve ser embasada numa relação íntima com Deus e com o próximo. O novo mandamento de Jesus se dá na vertical (amar a Deus) e na horizontal (amar o próximo) das relações.
Professor! Mostre aos alunos que Deus rejeitou o culto dos judeus porque ele não representava a verdade das suas ações. Pode o homem ofertar a Deus e ao mesmo tempo ser iracundo com o seu próximo?[7] A fé desse homem pode ser sustentada enquanto a injustiça contra o próximo é explícita?[8] É possível uma fé desprovida de ação?[9] Portanto, prezado professor, use a lição de hoje para despertar essa reflexão. Exorte os seus alunos a pensarem e viverem uma fé autêntica e relevante. Deus está em busca de verdadeiros adoradores! Adoradores que o adorem com a vida. Amém!
Reflexão: “Mas o propósito maior da relevância dos crentes, como sal da terra e luz do mundo, é glorificar a Deus. Foi o que Jesus disse: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso pai, que está nos céus. Deus é o fim de todas as ações cristãs desencadeadas pelos seus servos. Quando feridos são restaurados em razão do trabalho de cada um, Deus é exaltado em sua glória, pois trata-se do resgate de sua imagem em vidas antes corrompidas pelo pecado. Não só esta ação o glorifica, mas os que são tocados por ela transformam-se em verdadeiros adoradores do Altíssimo.” (COUTO, Geremias do. Transparência da Vida Cristã. Rio de Janeiro. CPAD, 2001, p.56.)
Referência Bibliográfica
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro, CPAD, 2008. CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Rio de Janeiro. 2ª ed. Vol. 5. CPAD/HAGNOS, 2001.
COUTO, Geremias do. Transparência da Vida Cristã. Rio de Janeiro. CPAD, 2001, p.41-56.
[1] João 4.23.
[2] Mateus 22.37,38.
[3] Isaías 29.13.
[4] Isaías 58.4.
[5] Jeremias 7.4-6.
[6] Zacarias 7. 5,9,10.
[7] Mateus 5.23,24; cf Mateus 22.39,40.
[8] 1 João 2.9-11.
[9] Tiago 2. 14-18.
[1] MACARTHUR, JR., John. Ministério Pastoral, Alcançando a excelência no ministério cristão. Rio de Janeiro. 4ª ed. CPAD, 2004, p. 261-271.
[2] Manual Pastor Pentecostal, Teologia e Práticas Pastorais. Rio de Janeiro. 3ª ed. CPAD, 2005, p. 82,84.
Lição 04 - Chorando aos Pés do Senhor
Leitura Bíblica em Classe
Jeremias 9.1-3,5-9
Introdução
I. O lamento de Jeremias
II. O lamento de Samuel
III. O lamento de Oséias
IV. O lamento de Paulo
Conclusão
John Kenox: o homem que chorou por sua nação
Professor, lamentar, chorar e se entristecer com a real situação de miséria da sociedade hodierna é o desabrochar da verdadeira espiritualidade. John Knox foi um baluarte da Reforma na Escócia porque não se conformou à degradação da sociedade de sua época. O subsídio de hoje tem o objetivo de traçar a vida deste servo de Deus e achar nele a relação com o profeta Jeremias: ambos lamentaram profundamente o estado de miséria de seus países.
A Vida de John Knox[1]
Na Escócia, um herói reformista teve a mesma envergadura e o mesmo poder que Calvino teve em Genebra. Seu nome era Jonh Knox (1513 – 1572). Sabe-se pouco do início de sua vida, a não ser que foi criado em Haddington e frequentou a Universidade de Saint Andrews. Ele abraçou o ponto de vista da Reforma por causa da influência de um amigo muito próximo, Gerge Wishart. O arcebispo Beaton prendeu Wishart por causa de suas posições e não permitiu que John Knox intercedesse a favor dele. No dia em que queimaram George Wishart na estaca, em Saint Andrews, John entrou no movimento reformista. A população preparava-se para uma revolução, pois havia grande fomentação intelectual, como também raiva por causa dos muitos abusos cometidos pelo clero. O povo escocês queria uma fé simples e pura. Knox tornou-se um líder natural.
Entretanto, sua jornada para tornar-se líder levou-o a uma rota de dificuldade e sofrimento. Depois de capturado em Saint Andrews, ele serviu por dezenove meses como escravo. Depois de sua libertação, tornou-se capelão real. Mas a vida não ficaria mais fácil para ele. Em 1533, teve de esconder-se quando a patrona católica, rainha Maria, subiu ao trono da Inglaterra. John Knox refugiou-se em Genebra, onde se tornou discípulo de João Calvino, tanto na teologia como na forma de governar a igreja. Em 1555, ele retornou para a Escócia, pastoreou uma congregação e casou-se com Marjorie Bowes.
[...] Knox permaneceu firme, com coragem e constância, contra os líderes políticos que tentavam esmagar sua visão teológica. Como escritor observou: “Seu destemor e sua bem-sucedida oposição ao regente e à rainha distinguem-no como verdadeiro patriota. Contudo, o próprio homem foi a chave para suas grandes conquistas – incansável, sincero, simples, prático... sem esquecer o humor e a ternura”.
A gravação na lápide de Knox reflete fielmente sua personalidade modesta e simples: uma pedra de pavimentação gravada apenas com as iniciais, em letras pequenas, que repousa na estrada de High Street, em Edimburgo. A sepultura modesta não nos impede de reconhecer que Knox foi um dos homens mais influentes de toda a Escócia. Os escoceses, agradecidos pela disposição dele em resistir com dedicação a uma das épocas mais turbulentas, também devem agradecer a Deus pelo fato de a igreja desse país estar viva e bem.
Professor, coragem, personalidade e temor só a Deus, foram as características de John Kenox (similares as do profeta Jeremias). Knox não exitou em conclamar o povo, a chorar e rogar a Deus uma intervenção numa nação onde a imoralidade, a falta de sobriedade (embriaguez), o tráfico de coisas sagradas, a ganância por dinheiro e o desprezo pelo povo caracterizavam a sociedade e os líderes da Igreja Romana da época. Knox influenciou de sobremaneira a sociedade, deixando-nos o exemplo de não conformação com a situação atual. Devemos atender esse chamado para angústia, devemos chorar e prantear aos pés do Senhor (Zc 12.10). Quando choramos com sinceridade, Deus promete consolo e anuncia tão grande livramento (Zc 13.1).
Caro, professor trabalhe esses princípios com os seus alunos e encoraje-os a clamar e prantear diante do Senhor. Deus demonstra em sua Santa Palavra que sempre que o seu povo se quebrantava, Ele removia os “cativeiros”, seja qual fosse a esfera da afronta. O Eterno é o mesmo, Ele não muda! Amém!
“Dá-me a Escócia, senão morrerei.”
(John Kenox)
“O que faremos nós diante da gravíssima situação em que vive nosso país?”
(Claudionor de Andrade)
[1] Texto Extraído da Obra de James L. Garlow “Deus e o seu Povo, a História da Igreja como Reino de Deus. 1ª ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2007, p. 145, 6.
Lição 05 - O Poder da Intercessão
Leitura Bíblica em Classe
Jeremias 14.1-3,7,8,10; 15.1
Introdução
I. O que é Intercessão
II. Jeremias intercede por Judá
III. Por que devemos interceder
Conclusão
Prezado professor, a compreensão do conceito bíblico e a importância da Intercessão fundamentada na comunhão, são requisitos necessários para revigorar a nossa vida de oração e contemplar a intervenção de Deus nos acontecimentos das atividades humanas. O subsídio de hoje visa tratar exatamente sobres esses dois temas: o conceito bíblico de intercessão e a comunhão como base da intercessão.
Conceito Bíblico de Intercessão
O dicionário bíblico Wycliffe define o significado de intercessão no A.T.:[1]
“A palavra heb. para interceder (paga‘) originalmente significava ‘incidir sobre’, e desse modo veio a significar ‘atacar alguém com pedidos’. Quando tal ataque era feito em favor de outros, esta atitude era chamada de intercessão”.
Robert Brandt e Zenas Bicket concordam com essa definição:[2]
“O vocábulo hebraico paga‘ significa ‘encontrar-se’, ‘pôr pressão sobre’ e, finalmente ‘pleitear’.
No Novo Testamento a palavra grega entygchano significa “apelar”, “pleitear”, “pedir”, “fazer intercessão”, “orar”. Os textos abaixo denotam as formas verbais e substantivas que o termo aparece:
Rm 8.27,34: “E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos”; “Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está a direita de Deus, e também intercede por nós”.
1Tm 2.1: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens,”.
Note, professor, que todas as definições descritas acima enfatizam um contexto de ações espontâneas, voluntárias, permanentes e altruístas, conforme, as seguintes ilustrações:
· Gn 18-23 – A súplica sincera de Abraão por Sodoma e Gomorra;
· Êx 32.31,32 – A oração sincera e um espírito disposto de Moisés depois da idolatria praticada pelo o povo de Israel;
· 1Rs 18.36,37 – A oração intercessória de Elias no Monte Carmelo;
· Rm 8.34; Hb 7.25 – Cristo é retratado como um sacerdote que se aproxima sempre de Deus para interceder pelo o seu povo. Nesse caso o seu ministério tem dois aspectos, o de advogado que está pronto para exercer a nossa defesa (1Jo 2.1,2) e a sua obra preventiva de nos livrar do mal (Jo 17.15). Essa obra de livramento também é ilustrada no diálogo com Pedro, no qual o Senhor lhe diz: “Mas eu roguei por ti , para que a tua fé não desfaleça” (Lc 22.32);
· Rm 8.26 – A intercessão do Espírito Santo em favor do crente com gemidos inexpremíveis é sentida no momento em que o crente sente sua esperança desfalecer dentro de si, então, um gemido elevado, santo, e mais intenso do que qualquer voz, sai do seu coração renovado, é pronunciado dentro dele, vindo de Deus e indo para Deus a fim de aliviar o coração abatido;
· 1Tm 2.1-4 – A obra de intercessão dos crentes é em favor de todos os homens, com o propósito que todos possam chegar a verdade da salvação em Cristo. Nesse sentido todos os crentes são verdadeiros sacerdotes de Deus [sacerdócio real] (1Pe 2.9).
A comunhão como base da Intercessão
A intercessão na vida do povo de Deus está numa relação de confiança e na prática do amor mútuo na comunhão exercida no seio da igreja. O “orar uns pelos outros” só é possível na comunhão. Observe que o versículo 16 do capítulo 5 de Tiago antecipa o “orar uns pelos outros” por “confessai vossas culpas uns aos outros”. Nesse aspecto só é possível viver essa realidade de confissão quando há uma profunda vivência na Comunhão da comunidade. A vida em comunidade resultará na preocupação espontânea, voluntária e inocente mediante a intercessão pelas vidas de cada irmão e irmã que convivem em comunhão.
Sem comunhão não há intercessão verdadeira. A intercessão desprovida do Amor, do profundo sentimento altruísta e da comunhão sincera, torna-se um meio de conservar o status quo desprovido de qualquer sensibilidade e compromisso cristão com o próximo.
Prezado professor, neste domingo incentive, anime e ajude os seus alunos a cultivarem uma “vida em comunhão”, enfatizando que na vivência da comunhão a intercessão é um serviço essencial no meio do povo de Deus. No final da aula faça um momento de intercessão. Baseados no amor orem uns pelos outros. Ore pelo bairro, pela família, pelo o Estado, pelo país, pelas autoridades, pela liderança eclesiástica, pelos missionários, pela igreja perseguida e ore pelas igrejas espalhadas pela face da terra.
As causas de orações são grandes, porém, incentive os alunos a serem verdadeiros intercessores, enfatizando que mediante esse exercício, Deus pode intervir em qualquer aspecto da atividade humana. Boa Aula!
Reflexão: “Porque desde antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera” (Is 64.4).
Referência Bibliográfica
Dicionário Wycliffe. Rio de Janeiro, CPAD.
BRANDT,Robert L.; BICKET, Zenas J. Teologia Bíblica da Oração. Rio de Janeiro, CPAD.
[1] Dicionário Wycliffe. Rio de Janeiro, CPAD, p. 978
[2] BRANDT,Robert L.; BICKET, Zenas J. Teologia Bíblica da Oração. Rio de Janeiro, CPAD, p. 29.
Lição 06 - A Soberania e a Autoridade de Deus
Leitura Bíblica em Classe
Jeremias 18. 1-10
Introdução
I. A visita a casa do oleiro
II. A soberania de Deus
III. O crente e a vontade de Deus
Conclusão
A Soberania de Deus, a Eleição Divina e a Perseverança do Crente
Prezado professor, o tema na lição deste domingo é “A Soberania e a Autoridade de Deus”. Soberania, em teologia, é classificada como um atributo (ou perfeição) de Deus, inerente somente a Ele (Onipotência, Oniciência, Onipresença, Eternidade, Imutabilidade e Soberania). O termo significa “principal, chefe, supremo”. Soberania refere-se à Deus como o Ser Supremo do universo, está relacionada a poder, ou seja, Deus é o poder supremo do universo. As Escrituras revelam como Ele exerce esse poder. São nos desdobramentos escriturísticos que naturalmente a doutrina da soberania passa a ter uma perspectiva soteriológica: A Eleição Divina e a Perseverança do Crente. Esses dois assuntos, que serão tratados neste subsídio, são desenvolvidos a partir do conceito principal da soberania de Deus.
A Eleição Divina[1]
Precisamos notar as ênfases de Paulo. Uma delas é que ser filho de Deus depende da livre e soberana expressão de sua misericórdia, e não de algo que sejamos ou façamos. Paulo enfatiza a misericórdia divina que inclui os gentios juntamente com os judeus (Rm 9.24-26; 10.12). O calvinismo entende que esse trecho bíblico afirma a doutrina de uma escolha arbitrária de Deus, que não leva em conta a responsabilidade e participação humanas. Essa, porém, não é a única possibilidade. Na mesma seção bíblica (Rm 9 – 11), surgem evidências da participação e responsabilidades humanas (Rm cf. 9.30-33; 10.3-6,9-11,13,14,16; 11.20,22,23). Paulo afirma: “Deus, pois, compadece-se de quem quer e endurece a quem quer” (9.18). Diz ainda que Israel havia experimentado “o endurecimento em parte” (11.25), mas o contexto parece relacioná-lo à sua desobediência, obstinação e incredulidade (10.21; 11.20). Além disso, Paulo declara que a razão por que “Deus encerrou a todos debaixo da desobediência é “para com todos usar de misericórdia” (11.32). Portanto, não somos forçados a uma única conclusão, isto é, à eleição incondicional.
A Perseverança do Crente[2]
[...] “Jesus (Jo 10.28) está nos dizendo o que vai acontecer: as suas ovelhas não perecerão. Então, pode-se entender que a Bíblia diz que poderíamos apostatar, porém, mediante o poder de Cristo para nos conservar, isso não nos acontecerá”.
Se tal pode acontecer, por que a possiblidade existiria somente em hipótese? Erikson e a maioria dos calvinistas referem-se a Hebreus 6.9 como evidência: “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos”. Semelhante justificativa fica sendo tênue à luz de Hebreus 6.11,12: “Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; para completa esperança; para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas”. Continuar na fé e na prática confirma nossa esperança e herança. É realmente possível fazer uma exegese de Hebreus 10.26-31, mesmo a despeito do v. 39, de modo a concluir que se refira meramente a uma possibilidade lógica, e não real?
Prosseguindo o raciocínio, citemos a advertência de Jesus: “O amor de muitos se esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24.12,13). Ele diz que olhar para trás nos torna indignos do Reino (Lc 9.62) e adverte: “Lembrai-vos da mulher de Ló” (Lc 17.32). Jesus diz ainda que, se a pessoa não permanecer nEle, será cortada (Jo 15.6; cf. Rm 11.17-21; 1 Co 9.27). Paulo diz que podemos ser alienados de Cristo e cair da graça (Gl 5.4); que alguns naufragaram na fé (1 Tm 1.19); que alguns abandonarão (gr. aphistêmi) a fé (1 Tm 4.1); e que “se o negarmos, também ele nos negará” (2 Tm 2.12). O escritor aos Hebreus diz que “a casa [de Deus] somos nós, se tão-somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim” (3.6); que devemos cuidar para que ninguém entre nós tenha “um coração mau e infiel, para se apartar [aphistamai] do Deus vivo” (3.12); e que “nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim” (3.14).
Professor, uma das grandes tentações de pregadores ou expositores bíblicos é dar ênfase absoluta a uma determinada doutrina bíblica (inclinação para cura, seus pressupostos bíblicos se interessam apenas por cura; inclinação para escatologia, seus pressupostos tendem a uma leitura bíblica escatológica, e assim por diante). Os textos acima enfatizam bem o equilíbrio bíblico sobre o assunto “Soberania de Deus”. Nunca houve contradição entre soberania e livre-arbítrio. A história da salvação denota a ação e a eleição de Deus (por meio do Espírito Santo) na salvação do homem, mas deste, se espera a manifestação do fruto de Arrependimento e Fé.
Antes de defendermos a escola teológica A ou B, sejamos bíblicos e cristocêntricos. Veremos que na verdade a soberania de Deus não anula a responsabilidade humana na perseverança de fé em nossa peregrinação. Professor, mostre ao seu aluno a necessidade de desenvolver a perspectiva do Evangelho integral (o Evangelho todo, para o homem todo). Incentive-o a meditar em todas as passagens supracitadas acima, e ajude-os no desenvolvimento de uma leitura coerente e meditativa da Bíblia na iluminação do Espírito Santo. Boa aula!
Referência Bibliográfica
HORTON, Stanley (ed.). Teologia Sistemática, Uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD.
Sugestão de Leitura para interpretação do texto Bíblico
BENTHO, Esdras Costa. Hermenêutica Fácil e Descomplicada. Rio de Janeiro, CPAD.
[1] Extraído da obra “Teologia Sistemática, Uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, p. 362, 3”.
[2] Ibid., p. 375, 6.
Lição 07 - O Cuidado com as ovelhas
Leitura Bíblica em Classe
Jeremias 23.1-4; João 10.1-5
Introdução
I. O que é um Pastor
II. Os pastores de Israel
III. Israel foi destruído por lhe falta verdadeiros pastores
IV. Os deveres das ovelhas
Conclusão
A FUNÇÃO PASTORAL NO CONTEXTO BÍBLICO
A função pastoral, sob o ponto de vista bíblico, é exercida pela característica marcante de Cristo: o Amor. O apóstolo Pedro delineou essa característica em sua epístola ao descrever no termo imperativo a função pastoral: “apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”[1].
A Escritura Sagrada quando descreve a função pastoral também enfatiza a possibilidade do Ministro desempenhar a função pastoral numa perspectiva oposta a de Cristo.
O texto bíblico, para descrever a oposição a Cristo na função pastoral, cunha um termo carregado de significações em relação a um animal universalmente conhecido no Oriente (rejeição, desprezo, impuro, odiado, etc...): o Cão [sig. gr. kyon]. No sentido metafórico, o termo aparece nos seguintes textos (a conotação é de impureza moral na função pastoral):
Is 56.10-12: “Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; andam adormecidos, estão deitados e amam o tosquenejar. E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte. Vinde, dizem eles, traremos vinho e beberemos bebida forte; e o dia de amanhã será como este e ainda maior e mais famoso”.
Fp 3.2: “Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão!”.
No texto de Apocalipse o Senhor Jesus demonstra a equiparação de feiticeiro, homicida, mentiroso, idólatra e a prostituição à categoria de Cães:
Ap 22.15: “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira”.
O texto de Isaías enfatiza que a classe que liderava o povo estava vivendo uma profunda crise de moralidade. Em Filipenses os falsos obreiros não se contentavam com o absoluto Evangelho da Graça. E em Apocalipse o Senhor Jesus sentencia os que se encontram nessas características.
Os textos acima denotam o perigo que se encontram os líderes que perdem o foco de seu ministério, ao invés de gastarem suas vidas apascentando as ovelhas, gastam-na enriquecendo-se da “lã”, da “gordura” e de todas as “vantagens” que as ovelhas podem proporcionar ao seu ministério.
Embasado no ensino apostólico de Pedro, John Macarthur, Jr. na obra “Ministério Pastoral, alcançando a excelência no ministério cristão” [Rio de Janeiro, CPAD, 2004, p.47] exorta duas características que o Pastor não deve ter: Má Vontade e Torpe Ganância. O pastor deve evitar o trabalho de má vontade. O exercício do pastorado deve ser voluntário, espontâneo e consciente. A preguiça está ligada à má vontade, onde o pastor sofre a tentação de deixar-se levar em seu ministério para fazer somente aquilo que se sentir pressionado a fazer. Sobre a outra característica John Macarthur Jr aconselha:
“[...] evitar a obra do ministério por torpe ganância [grifo nosso]: “De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste”, afirmou Paulo aos presbíteros de efésios (At 20.33). “Ninguém pode servir a dois senhores”, declarou Jesus, “porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24). Isso é verdadeiro com relação aos pastores, dos quais Deus exige que não sejam cobiçosos de torpe ganância (1 Tm 3.3). São os falsos profetas que se empenham na busca frenética do lucro monetário ( veja Is 56.11; Jr 6.13; Mq 3.11; 2 Pe 2.3).
[...] O errado é permitir que o lucro financeiro seja a motivação para o ministério. Isso produz não apenas líderes falsos e ineficientes, como também degrada o ministério aos olhos do mundo [grifo nosso]. [...] O homem humilde, dedicado ao pastoreio das almas que Deus confiou aos seus cuidados, alcançará a incorruptível coroa de glória quando aparecer o Sumo Pastor (1 Pe 5.4)”[2].
O contexto atual que cerca o exercício do ministério pastoral urge que os pastores sejam homens desinteressados do lucro, da fama, do poder, do status quo, do espetáculo, mas estejam devidamente interessados nas pessoas e na proclamação do evangelho no mundo, a fim de que a mensagem seja acompanhada com a devida ação do Espírito e o propósito sincero de representar o interesse de Cristo em todas as esferas do seu ministério.
Reflexão: “e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (2Pe 2.3).
Referência Bibliográfica
MACARTHUR JR, John. Ministério Pastoral, Alcançando a Excelência no Ministério Cristão. Rio de Janeiro, CPAD, 2004.
Lição 08 - O Poder da Verdadeira Profecia
Leitura Bíblica em Classe
Jeremias 28.5-12,16,17
Introdução
I. O que é o profeta
II. O falso profeta Hananias entra em cena
III. Cuidado com os falsos profetas
Conclusão
O PROFETA E SUA FUNÇÃO
“O profeta e a teocracia. A afirmação de que existia uma grande separação entre o sacerdote e o profeta, era praticamente um axioma[1] da escola superior de crítica de Wellhausen. O sacerdote era o representante formal e oficial da religião, enquanto já o profeta fora chamado para um tipo mais espiritual de religião. Estabeleceu-se uma reação contra essa falsa disjunção[2], e atualmente os estudiosos afirmam que a ênfase ao sacerdote e ao profeta não era necessariamente antagônica. Na verdade, existiam alguns (por exemplo, A. R. Johnson) que até mencionavam profetas ligados a seitas, afirmando que o profeta era, muitas vezes, um empregado da seita de que fazia parte.
Do ponto de vista bíblico-teológico, podemos dizer que o profeta era um guardião da teocracia [grifo nosso]. De acordo com o costume da época, ele realmente tinha acesso à presença dos reis. Quando os reis teocráticos precisavam de algum encorajamento ou censura, o profeta estava sempre presente para oferecer ajuda (Is 7.3ss.; 37.5-7; 21.35). Era seu dever mostrar o curso de ação que Deus desejava que a nação adotasse [grifo nosso]. Portanto, os profetas não eram simples figuras políticas, mas pronunciavam-se sobre questões políticas, porque elas poderiam influir no futuro curso da teocracia.
Profetas falsos e verdadeiros. Era de se esperar que a verdadeira profecia sofresse a oposição dos imitadores (Dt 13.1-5). Alguns homens falavam em nome de outros deuses, mas alguns falavam falsamente em nome de Jeová. Um exemplo notável desses últimos foi Hananias, que falsamente profetizou a respeito do exílio (Jr 28).
Para distinguir o verdadeiro profeta do falso que declarava falar em nome de Deus, havia o teste do cumprimento da profecia: seu cumprimento versus seu não-cumprimento (Dt 18.20-22; cf. Jr 28). No caso daqueles profetas que prenunciavam eventos em um futuro tão distante que não poderiam ser avaliados pelo teste do cumprimento, eles eram julgados pela sua doutrina, além de quaisquer eventos que pudessem ocorrer durante sua vida (cf. Jr 25.12; Dn 19.37).
Às vezes, os falsos profetas eram apenas homens enganados (Lm 2.14; Ez 13.2-7), mas, em sua maioria, eram homens embriagados cuja principal preocupação era o dinheiro e os ganhos que poderiam auferir [grifo nosso] (por exemplo, Is 28.7; Dn 19.37).” (Texto extraído do “Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro, CPAD, p. 1608, 09).
Reflexão: “Não são os falsos profetas adivinhadores que leem a palma da mão, cartas de tarô ou falam segundo as estrelas os que entristecem profundamente aqueles que anseiam por ver a Deus glorificado. Na verdade, são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o coração dos justos. Eles se entristecem porque, embora o ministério seja apresentado no nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito.”
(John Bevere)
[1] É uma sentença ou proposição que não é provada ou demonstrada e é considerada como óbvia ou como um consenso inicial necessário para a construção ou aceitação de uma teoria, ou seja, é uma verdade evidente por si mesma (máxima, sentença).
[2] Separação, desunião, divisão.
Lição 09 - Esperando contra a Esperança
Leitura Bíblica em Classe
Jeremias 30.7-11
Introdução
I. O que é esperança
II. A angústia de Jacó
III. O restabelecimento de Israel
A TEOLOGIA DA SUBSTITUIÇÃO E ISRAEL
NO CONTEXTO HISTÓRICO DA BÍBLIA
A profecia bíblica tem uma particularidade em relação ao povo de Israel. Este povo protagoniza a maior parte da profecia, aproximadamente 70% dela. Para fazer este diagnóstico é preciso responder algumas perguntas: A profecia no Antigo Testamento tem como o público alvo quem? Todas as profecias em relação a Israel se cumpriram? Deus prometeu uma terra no Oriente Médio para a Igreja ou Israel? Essa promessa se cumpriu literalmente? Essas questões nos dias hodiernos têm despertado sentimentos opostos em relação à nação de Israel.
A eleição do método de interpretação da Escatologia tem levado à obtenção de informações distintas em relação ao papel que Israel desempenha na profecia bíblica. Ao longo da história da igreja, alguns métodos foram desenvolvidos no compromisso de extraírem do texto bíblico a verdade mais clara e objetiva possível quanto ao esclarecimento do assunto.
No contexto do Terceiro Século da Era Cristã, o período patrístico (desenvolvimento da doutrina pelos pais da igreja), se destacam três grandes escolas catequéticas de interpretação: Alexandria, Antioquia e Ocidental. Porém, a escola catequética de Alexandria destacou-se por desenvolver um método natural de harmonia entre a teologia e a filosofia (neoplatonismo) e desencadeiou um dos principais métodos de interpretação das Escrituras na igreja antiga: o método Alegórico[1]. Ele foi propagado pela escola de Alexandria e representado respectivamente por Filo, Clemente de Alexandria e Orígenes[2] respectivamente. A proposta era que toda a Escritura devia ser interpretada alegoricamente.
O clérigo cristão[3], formado por bispos e sacerdotes romanos influenciados por esse princípio hermenêutico, insistiu que o império tratasse o judaísmo com severidade, porque a perda do estado palestino (destruição de Jerusalém e do Templo no ano 70) era um sinal claro de que Deus rejeitara o povo judeu. É nesse contexto que a Teologia da Substituição ganha força, e a Igreja romana arroga para si o título de o novo “Israel de Deus” e julga Israel como o “povo rebelde que matou Jesus” e fora rejeitado para sempre.
Sobre a Teologia da Substituição, diz Arnold Fruchtenkbaum[4]:
A teologia da substituição entende que o moderno Estado israelense é apenas um acidente na história, sem nenhuma relação com a profecia bíblica. Segundo esta visão, quando Israel rejeitou o messiado de Jesus, Deus rejeitou o povo judeu. Assim, todas as profecias sobre o povo judeu já estariam cumpridas e não haveríamos de esperar nenhuma futura restauração. Deus transferiu para a Igreja todas as promessas de sua aliança com Israel, de modo que todas as promessas ainda não cumpridas serão concretizadas na Igreja. As profecias que falam sobre uma reunião mundial do povo judeu não devem ser entendidas de forma literal. Na verdade, falam sobre Deus reunindo seus eleitos na Igreja até que esta se complete. Os judeus de hoje podem ser salvos em Cristo, mas é necessário que se unam à Igreja. Deus não planejou uma restauração futura do povo de Israel como grupo étnico. Nada do que esteja acontecendo hoje com Israel está relacionado às profecias, e o povo judeu não possui nenhum futuro profético.
As Assembleias de Deus no Brasil adota o método sadio de interpretação, mais conhecido como “Histórico-Gramatical” [5]. Esse método procura interpretar o texto bíblico compreendendo o seu contexto histórico e a semântica das palavras de acordo com as regras gramaticais. O texto bíblico é tratado com literalidade o que é inequivocamente literal e figurativo o que é claramente figurado. Estas regras de interpretação são estabelecidas de acordo com o que convencionalmente é aceito na comunidade internacional, ou seja, a interpretação do texto deve levar em conta o que o autor pensou, quis dizer, disse e o seu contexto vivencial. O método alegórico anula o que o autor disse e o seu contexto, propondo uma interpretação baseada nos pressupostos do intérprete em detrimento do contexto histórico e gramático do texto em análise.
Algumas escolas de interpretação que sofreram influências do Racionalismo, Existencialismo e Iluminismo têm dificuldades em analisar e afirmar a relevância de Israel hoje. O método que mais encarna essa influencia é o Histórico-Crítico, que como muleta tende a “desmitologizar” a Bíblia, fazendo do trabalho crítico (não o que faz a crítica textual) um pressuposto de anulação das Sagradas Escrituras.
Portanto, considerando o método histórico-gramatical, a nação de Israel possui um papel determinante na profecia bíblica. Há no texto bíblico, claros sinais de que Deus tratará com o seu povo, Israel, de forma distinta, objetiva e coletiva como vem acontecendo acerca dos séculos (Diáspora, pogroms dos czares na Rússia, o Holocausto na Alemanha, etc...). Constatar que Deus está no controle da história humana e a conduz com suas bondosas mãos, gera em nós um sentimento de Esperança que só nEle se pode achar.
Profecias sobre Israel:
Arrependimento da Nação – Dt 30.1-5; Is 27.12-13; Ez 39.25-29
Reunião na Terra Prometida – Ez 20.33-38
A nova aliança – Jr 31. 31-34
Reunião sem fé e pela fé – Is 11.11 – 12.6
O começo da grande tribulação – Dn 9.24-27; Is 28. 14-22
O terceiro templo e a abominação da desolação – Dn 9.27; Mt 24.15,16; 2 Ts 2.3,4; Ap 11.1,2.
Ezequiel: Gogue – Ez 38 e 39.
Referência Bibliográfica
LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro 1ª. ed. CPAD, 2008.
ALMEIDA, Abraão de. Israel, Gogue e o Anticristo. Rio de Janeiro, CPAD.
BENTHO, Esdras Costa. Hermenêutica fácil e descomplicada. Rio de Janeiro, CPAD, 2003.
BERKHOF, Louis. Princípios de Interpretação Bíblica. São Paulo, Cultura Cristã, 2008.
[1] Eleição de uma interpretação no sentido figurado em detrimento do sentido literal.
[2] Louis Berkof faz uma síntese sobre a história da interpretação do texto bíblico em sua obra “Princípios de Interpretação Bíblica” da Editora Cultura Cristã, pp.19-22.
[3] Entende-se por Clérigo Cristão a igreja romana que estava casada com o Estado através da figura de Constantino. Agora, a igreja que perseguia passara a perseguir as outras religiões, mas especialmente os judeus.
[4] Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica de Tim Lahaye e Ed Hindson. Rio de Janeiro 1ª. ed. CPAD, 2008, p. 372, 3.
[5] O professor Esdras Bentho faz uma análise minuciosa da evolução e contradições dos métodos de interpretação em sua obra “Hermenêutica Fácil e Descomplicada” nas pp.123-202. E Berkof, em sua obra “Princípios de Interpretação Bíblica”, traça a evolução histórica do método histórico gramatical nas pp.29-34.
Lição 10 - O Valor da temperança
Leitura Bíblicaem Classe
Jeremias 35.1-5, 8, 18, 19
Introdução
I. A origem dos recabitas
II. O estilo de vida dos recabitas
III. O exemplo dos recabitas
Conclusão
TRADIÇÃO: UMA ABORDAGEM EQUILIBRADA
O pós-modernismo é considerado, por alguns estudiosos, um tempo que marca a transição do modernismo para o tempo pós-industrial. Suas características são conhecidas pelas tentativas de desconstruções e relativizações com temas que supostamente eram inquestionáveis. As influências pós-modernas abrangem várias esferas, e uma delas que iremos abordar é a linguística.
Algumas palavras sofreram alterações ou influências normais ao longo dos séculos como, por exemplo, Anátema, que anteriormente era designada como coisa consagrada a outro deus de acordo com o contexto hebraico, mas o uso de acordo com o contexto helênico designou um objeto de maldição[1]. Hoje é impossível alguém atribuir outro significado, ao termo anátema, que não seja maldição. O progresso linguístico em qualquer vernáculo é natural e necessário. Diagnosticando o desenvolvimento da sociedade, é preciso que o vocabulário acompanhe-o naturalmente.
Os termos bíblicos fazem parte da língua nativa de cada povo que tem uma tradução disponível em seu idioma. E é comum que o exercício da pregação utilize essa língua para comunicar verdades reveladas. Nesse momento, esse exercício é representado por uma carga semântica local e vivencial do povo que faz uso de sua língua nativa.
É nesse contexto que se deve refletir até que ponto a palavra da língua nativa sofre um progresso natural do desenvolvimento do vernáculo nativo ou sofre um “preconceito linguístico” como resultado da desconstrução e relativização do pós-modernismo.
Uma das palavras-chave da presente lição é Tradição. Ela se acomoda perfeitamente no desenvolvimento preconceituoso da semantização que ela propõe hoje. As pessoas não se sentem a vontade ao ouvir a ideia de retorno à tradição ou o convite à conservação da tradição deixada pelos antigos. Veja o que os principais dicionários falam acerca do significado do termo tradição:
“Ato ou efeito de transmitir ou entregar; Conjunto dos valores morais, espirituais etc., de uma geração para outra”.[2]
“A palavra grega paradosis ocorre 13 vezes no NT e é usada no sentido de um ensino que é transmitido de uma pessoa ou grupo para uma pessoa ou grupo.” [3]
“Paradosis (gr.) condução para baixo, transmissão à geração seguinte ou condução em passagem seguinte, passagem adiante, transmissão denota tradição, e, consequentemente, por metonímia: os ensinos dos rabinos (Mt 15.2,3,6); os ensinos apóstolicos (1 Co 11.2), podendo aludir a doutrina cristã em geral para afirmar a autoridade divina”[4]
As definições apresentadas demonstram a semantização do termo em referência a conservação, permanência, continuidade e defesa dos ensinamentos adequados para uma comunidade. E no caso da igreja de Cristo, o exercício da irreversibilidade dos padrões ensinados por Cristo deve ser “o sonho de consumo” de cada crente.
Para discutir o real problema pejorativo do termo tradição, precisa-se primeiramente conceituar e buscar na sua origem o que os primeiros teóricos quiseram dizer com esse termo, conforme fizemos, anteriormente, de acordo com a esfera cristã. Porém, é preciso também entender o contexto histórico que a igreja se encontra hoje. No caso do Brasil, há um movimento permanente contra as formas instituicionais estabelecidas e um sentimento de procura de “libertação” de qualquer instituição. Há uma crise instalada nas instituições brasileiras, sejam elas políticas, sociais, privadas ou até religiosas. Isso denota naturalmente o esfriamento de qualquer perspectiva sustentável em relação à relevância das instituições.
Os principais movimentos de influências globais do pensamento (Renascentismo, Iluminismo, Revolução Francesa, etc) levaram a ideia ao extremo da desconstrução do absoluto e tudo o que denota o estabelecimento da verdade. Os termos Conservadores, Fundamentalistas ou Tradicionais são permanentemente enxovalhados por uma onda de “pensamentos libertadores” que estão dispostos a resolver as crises institucionais estabelecendo a anarquia. Mas o que é Tradicionalismo ou Conservadorismo? A resposta a essa pergunta vai depender dos pressupostos que os seus proponentes carregam em suas cosmovisões.
É claro que o extremo, como houve no tempo de Jesus, da tradição segundo o sentimento humano, foi opressor e manipulador. Nesse contexto a tradição não trazia a cura da alma, sendo uma realidade frustrante em muitos arraias ainda hoje. Jesus e os apóstolos sentiram isso na pele. Mas esse sofrimento não influenciou em nada o entendimento dos primeiros discípulos na cultivação sadia dos princípios ensinados pelo seu Senhor, conforme nos relata John Stott: “Lemos que imediatamente depois do Dia de Pentecoste, os crentes cheios do Espírito estavam unânimes todos os dias no Templo, partindo o pão em casa, At 2.46. Assim, eles não rejeitaram imediatamente a igreja institucional” [5].
Sobre isso Stott continua:
Todos nós concordamos em que o Espírito Santo pode ser (e às vezes tem sido) aprisionado por nossas estruturas e sufocado por nossas formalidades. Contudo, há algo a ser dito em relação ao outro extremo. Liberdade não é sinônimo de anarquia. [6]
Justificando que nem toda tradição deve ser lançada fora, Stott sentencia:
Mas não podemos refugiar-nos na doutrina da invisibilidade da Igreja verdadeira para negar que Jesus Cristo tinha em mente que seu povo fosse visto e conhecido como tal. Ele mesmo insistiu no batismo como cerimônia de iniciação na sua Igreja, e batismo é um ato visível e público. Ele também institui a Santa Ceia como a refeição da comunhão cristã, pela qual a Igreja identifica a si mesma e exercita disciplina sobre os seus membros. [7]
Há questões que não podem ser negociadas, como, por exemplo, a vida em comunhão de uma comunidade (congregar é uma necessidade dos salvos em Cristo para edificação de sua fé), as verdades centrais da fé (Criação, Jesus Cristo, Salvação mediante a fé, Batismo no Espírito Santo, a Volta do Senhor, etc.) só para citar algumas.
Por outro lado a igreja não pode dar ênfase só a tradição (doutrina) em detrimento do amor. Em Apocalipse o Senhor Jesus repreende a igreja de Tiatira porque, apesar de exercer o amor e o serviço exemplarmente, tolerava os ensinos de Jezabel e relaxava com o cuidado da conservação moral daquela igreja. Porém, a igreja de Éfeso era poderosa na ortodoxia e na moral, mas foi repreendida pelo Senhor porque se afastara do primeiro Amor.
Portanto, a Doutrina distinta do Amor gera uma igreja fria e o Amor desprovido de Doutrina gera uma igreja vulnerável. É preciso que o nosso cristianismo seja equilibrado nos dias hodiernos.
Referência Bibliográfica
DICIONÁRIO BÍBLICO WYCLIFFE. Rio de Janeiro, CPAD.
DICIONÁRIO VINE. Rio de Janeiro, CPAD.
DICIONÁRIO HOUAISS da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, EDITORA OBJETIVA.
STOTT, John R. W. Cristianismo Equilibrado. Rio de Janeiro, CPAD.
[1] DICIONÁRIO BÍBLICO WYCLIFFE. Rio de Janeiro, CPAD, p. 100.
[2] DICIONÁRIO HOUAISS da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, EDITORA OBJETIVA p. 2745.
[3] DICIONÁRIO BÍBLICO WYCLIFFE, p. 1955. O termo tinha dois significados: o primeiro se referia a interpretação oral do AT (Lei de Moisés, ensino de anciões e rabis judeus) e o segundo num sentido mais amplo onde o apóstolo Paulo usa o termo para denotar os seus ensinos (1 Co 11.2; 2 Ts 3.6).
[4] DICIONÁRIO VINE. Rio de Janeiro, CPAD, p. 1030.
[5] STOT, John R. W. Cristianismo Equilibrado. Rio de Janeiro, CPAD, p. 53.
[6] STOT, p. 49.
[7] Stot, p. 49.
Lição 11 - A Excelência do Ministério
Leitura Bíblicaem Classe
Jeremias 45.1-5
Introdução
I. Quem era Baruque
II. A coragem e o zelo de Baruque
III. A expectativa de Baruque é frustrada
IV. Sucesso ou Excelência
Conclusão
PADRÃO ÉTICO CRISTÃO: UMA PRIORIDADE NO MINISTÉRIO PASTORAL?
O contexto hodierno do cenário evangélico brasileiro, no que diz respeito à ética ministerial, clama por uma profunda reflexão de acordo com os pilares que sustentam o modelo de vida proposto pelo o reino de Deus, isto é, o seu padrão ético.
À guisa de uma definição mais expressiva sobre a ética, poderíamos propor “a conduta ideal do indíviduo” [1]. Naturalmente, é unânime, no contexto social, que o indivíduo exerça uma conduta exemplar. Porém, o problema ético surge quando ocorre a tensão entre o comportamento ideal e a conduta defeituosa.
O “inter-relacionamento do nosso ser” [2] definirá a veracidade de caráter. Nessa relação, a tensão entre o comportamento ideal e a conduta defeituosa é inevitável, assim como não podemos impedir o raiar da luz solar, as verdades de nossas ações soam como um sino que tine numa cidade.
É nessa linha de reflexão que o texto do Pr. John Macarthur Jr. confronta o comportamento ideal no ministério pastoral e a conduta defeituosa em seu exercício:
O modelo de Liderança Eclesíastica da “Terceira Geração”
[...] A responsabilidade dos líderes da igreja é o assunto de 13.17 (epístola aos Hebreus), que trata especificamente de sua responsabilidade como exemplos. O autor instrui os leitores: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver”. Examinar o resultado de seu estilo de vida (de anastrophe) e imitar (imperativo presente de mimeomai) a perseverança deles na fé são esforços paralelos. Tais exemplos concretos harmonizam-se com a ênfase total da epístola, que é permanecer.
A mensagem correspondente de Pedro dirigi-se diretamente aos líderes da igreja. Ele ordena aos presbíteros: “Apascentai o rebanho de Deus que está em vós” (2 Pe 5.2; conforme Jo 21.15-17; At 20.28). Esse é o único imperativo na passagem, mas seu sentido imperativo permeia todas as qualificações seguintes (vv. 2,3). Três contrastes destacam os motivos da liderança espiritual:
1. Os líderes espirituais não devem servir por constrangimentos humanos, mas por compromissos divinos.
2. Os líderes espirituais não devem ministrar por lucros injustos, mas com zelo espiritual.
3. Os líderes espirituais não devem liderar como ditadores orgulhosos, mas como humildes exemplos.
Os pastores do Novo Testamento têm a obrigação impositiva de ser um modelo ético para o rebanho de Deus. As ovelhas, por sua vez, devem imitar a vida de seus líderes [grifo nosso] (Hb 13.7), o que exige humildade genuína (1 Pe 5.5,6).
O Modelo da Igreja para a Igreja
[...] Hebreus 6.12 também fala da exemplificação. Os exemplos aqui são todos os que “pela fé e paciência, herdam as promessas”. O autor urge com os leitores dessa epístola a se alistarem em suas fileiras por meio de uma conduta de imitação.
Michaelis está correto ao afirmar:
A exortação em 3 João 11: [memimou to kakon Allá to agathon, “Não sigas o mal, mas o bem”] é geral, mas está estreitamente relacionada com o que a antecede e sucede. Gaio não deve ser enredado por Diótrefes, que é denunciado em v. 9. Ele deve seguir Demétrio, que é louvado no v. 12.
As Escrituras nunca afirmam que os crentes devem imitar uma abstração. Como aqui, o exemplo é sempre concreto. Essa passagem fornece tanto o padrão negativo como o positivo.
O povo de Deus deve imitar não apenas outros discípulos maduros, mas também as pessoas que Deus lhe ofertou por líderes espirituais (Ef 4.11-13). Estes, por sua vez, em harmonia com os testemunhos do círculo apostólico, devem esforça-se para ser como Cristo, o único que manifesta a imagem moral perfeita de Deus. No Novo Testamento, o elo vital da imitação ética representada nos líderes da igreja é particularmente evidente. Por conseguinte, para redescobrir o ministério pastoral de acordo com a Palavra de Deus, é preciso que os líderes eclesiásticos de hoje não só reconheçam e ensinem a prioridade da exemplificação moral, mas aceitem esse desafio maior pessoalmente e, por sua graça, vivam como exemplos diante das ovelhas de Deus e de um mundo crítico, pronto para levantar uma acusação de hipocrisia [grifo nosso]. [3]
O modelo proposto por Cristo para o exercício de uma ética cristã incube os representantes do reino a desempenharem um papel que protagonize a excelência do reino, e jamais o sucesso individual.
No cenário evangélico brasileiro é possível desempenhar esse papel?
Reflexão:
“Devemos não só nos perguntar: O que estamos sendo?, mas também: Estamos sendo em direção a quê?” (JOHN, Cheryl e WHITE, Vardaman)
Referência Bibliográfica
MACARTHUR, John Jr. Ministério Pastoral. Rio de Janeiro, CPAD, 4ª ed. 2004
Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro, CPAD, 2001
CHAMPLIN, R. N.; BENTES, J. M. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo, Editora Candeia, 1995, vol. 2
[1] CHAMPLIN, R. N.; BENTES, J. M. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo, Editora Candeia, 1995, vol. 2, p. 554.
[2] Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro, CPAD, 2001, p.299.
[3] MACARTHUR, John Jr. Ministério Pastoral. Rio de Janeiro, CPAD, 4ª ed. 2004, p. 289-291.
Lição 12 - A Opção pelo povo de Deus
Leitura Bíblicaem Classe
Jeremias 40.1-6
Introdução
I. As profecias de Jeremias se cumprem
II. A opção de Jeremias
III. Como os heróis da fé fizeram suas opções
COMENTÁRIO BÍBLICO DE JEREMIAS 40.1-6
A soltura de Jeremias (40.1-6)
A missão de Jeremias ainda não tinha terminado. Ele sobreviveu ao ataque de Jerusalém e foi libertado das correntes quando ia para Ramá, um lugar onde os cativos eram processados a caminho de Ribla, e daí para a Babilônia. Mas, finalmente, ele iria parar no Egito, forçado por seus inimigos judeus e, presumivelmente, ali morreu, depois de vicissitudes sobre as quais as Escrituras nada revelam. Mas podemos estar certos que não havia planejamento inseguro da parte de Yahweh, o qual conduziu o profeta sempre em segurança.
Palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor, depois que Nebuzaradã, chefe da guarda, o pôs em liberdade em Ramá (40.1).
Estas palavras atuam como uma espécie de cabeçalho para a nova porção do livro de Jeremias – capítulos 41-44 – a saber, as profecias dirigidas aos judeus que estavam na Judeia e no Egito, depois que a cidade foi tomada... A profecia só começa em Jer. 42.7. Até lá temos apenas pano de fundo histórico. Para ter liberdade de completar seu ministério profético, Jeremias não podia ficar preso por correntes, em companhia de outros cativos. Assim sendo, em Ramá, onde os cativos eram selecionados para ser enviados a Ribla e, dali, para a cidade de Babilônia, a influência de Yahweh tinha de ser sentida para libertar Seu profeta e fazê-lo voltar a Jerusalém, onde sua missão prosseguiria.
Tomou o chefe da guarda a Jeremias, e lhe disse (40.2).
Jr. 39.11 ss. Deixa claro que Jeremias era bem conhecido na Babilônia, incluindo pelo próprio Nabudonosor, que tomou providências especiais para garantir que ele fosse bem tratado enquanto os babilônios estavam na cidade matando (quase) todos os outros judeus. Nebuzaradã conhecia as profecias de Jeremias contra Judá [grifo nosso], por causa de sua horrenda idolatria-adultério-apostasia, pelo que tinha consciência do aspecto espiritual da queda de Jerusalém, que não envolveu somente os jogos internacionais de poder que inspiraram a Babilônia a conquistar Judá. As palavras de Nebuzaradã, entretanto, não dão a entender que ele estava voltando-se para o yahwismo. Era crença universal, entre as nações pagãs, que os deuses eram agentes que ajudavam seus povos a ganhar ou perder guerras. O politeísmo de Babilônia permitia facilmente que Yahweh fosse o deus eficaz de Judá.
O Senhor o trouxe, e fez como havia dito. Porque pecaste contra o Senhor... (40.3)
Até o pagão Nebuzaradã reconheceu a operação da lei da colheita segundo a semeadura no que tinha acontecido a Jerusalém. A idolatria-adultério-apostasia de Judá finalmente tinha cobrado seu tremendo preço. Yahweh fora a causa disso e os babilônios foram o instrumento usado por Deus para tanto. Todas as coisas acontecem exatamente em concordância com a providência de Deus, de acordo com seus aspectos negativos e positivos. Isso, entrentanto, não nos deve fazer negligenciar as causas secundárias – o homem e sua perversa vontade, rebeldia e apostasia. De outra forma, se promovermos a ideia de que Deus é a Causa Única dos acontecimentos, então teremos de fazê-Lo também a causa do mal, o que reflete uma teologia ridícula. Cf. Dt. 29.24-25.
Agora, pois, eis que te livrei hoje das cadeias que estavam sobre as tuas mãos (40.4).
A Lei Moral da Colheita segundo a Semeadura deu vida a Jeremias, e isso através das mãos de um pagão. Era a mesma lei que havia ditado a destruição de Jerusalém, por meio da mesma mão. Além disso, a Jeremias foi oferecida liberdade [grifo nosso], ao passo que a maioria dos sobreviventes da matança foi levada cativa para a Babilônia. Jeremias poderia ir para Babilônia, onde seria bem tratado e prosperaria sob os auspícios de Nabudonosor [grifo nosso].
Mas, visto que ele tardava em decidir-se, o capitão lhe disse: Volta a Gedalias (40.5).
Quando Jeremias voltou-se para partir, Nebuzaradã reenfatizou a oferta de “faze o que bem quiseres”; mas, ao mesmo tempo, sugeriu que ele fosse para a companhia de Gedalias, que tinha a gigantesca tarefa de pôr em ordem as coisas e precisava de toda ajuda que pudesse obter. Ele fora nomeado governador de Judá pelos babilônios e fizera sua capital em Mispa, visto que Jerusalém fora reduzida a um montão de ruínas. Não obstante, Jeremias estava livre para fazer o que bem entendesse, seguindo a sugestão de Nebuzaradã ou não.
Assim foi Jeremias a Gedalias, filho de Aicão, a Mispa (40.6).
Tendo recebido um pequeno empurrão de Nebuzaradã naquela direção, e depois de ter consultado seu coração, Jeremias resolveu ajudar Gedalias, o recém-nomeado governador de Judá, em qualquer coisa que pudesse. Portanto, Jeremias escolheu o caminho mais difícil, e não o da vantagem pessoal [grifo nosso]. Nunca mais se levantaria rei em Israel, até que aparecesse o Messias, quando a linhagem de Davi voltaria. O próprio governador, Gedalias, era apenas um boneco da Babilônia. Mas isso não significa que não houvesse uma tarefa importante a ser realizada. Entrementes, o remanescente de Judá estava no processo de purificação, a fim de que depois dos setenta anos de cativeiro (Jr 25.11) houvesse um Novo Israel, embora humilde. Gedalias tinha-se estabelecido em Mispa, no território de Benjamim, que fora menos atingindo que o resto de Judá pelos terrores do exército da Babilônia. Esse lugar ficava somente 16 Km ao norte de Jerusalém, pelo que era extremamente conveniente para a nova capital.
Texto Extraído: CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Rio de Janeiro, CPAD, p. 3118, 9.
Lição 13 - Esperança na Lamentação
Leitura Bíblicaem Classe
Lamentações 1. 1-5, 12
Introdução
I. O que são as Lamentações de Jeremias
II. O homem que viu todas as dores de Jerusalém
III. Por que é preciso lamentar
Conclusão
Prezado professor, chegamos ao final de mais um trimestre. Como foi a recepção da sua turma no desenvolvimento do tema? Esperamos que os alunos tenham alcançado o crescimento em graça e conhecimento!
Ao introduzir a aula deste domingo, revise com a turma alguns pontos importantes do trimestre, como Vocação, Apostasia, Teologia do templo, Intercessão, Soberania e Autoridade de Deus, Cuidados pastorais, Veracidade da profecia, Esperança, Fidelidade, Excelência ministerial e Opção. São pontos abordados ao longo do trimestre que ajudarão na conclusão deste.
Nesta semana os três objetivos da lição são:
1. Definir tema, local, data, importância e propósito das Lamentações de Jeremias (Informações centrais sobre o livro de Lamentações);
2. Comparar o lamento de Jeremias ao de Cristo;
3. Explicar o porquê da necessidade de se lamentar diante de Deus.
Para atingir os três objetivos é importante que o prezado professor faça um planejamento sistematizado da aula. Daremos exemplos que pode ser utilizado como estrutura básica de acordo com o desenvolvimento dos tópicos. Vamos listar em ordem a explicação dos objetivos estabelecidos na lição:
Objetivo1
Na página 92 da revista Lições Bíblicas de Mestre, o professor encontrará como suporte um resumo das informações centrais do assunto em o livro de Lamentações. O prezado professor poderá ampliar suas pesquisas utilizando as seguintes fontes: Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, nas páginas 1559 a 1661; Bíblia de Aplicação Pessoal, editada pela CPAD, nas páginas 1020 e 1021; Guia do Leitor da Bíblia, editado pela CPAD, páginas 479 a 482. Esses materiais o auxiliarão na aquisição das informações básicas do livro “Lamentações de Jeremias”. O objetivo será alcançado quando o professor situar o aluno no contexto histórico em que as Lamentações de Jeremias foram escritas. As seguintes perguntas devem ser respondidas: Quem escreveu? Para quem escreveu? Por que escreveu? E quando escreveu?.
Objetivo 2
Numa perspectiva comparativa entre Jeremias e Jesus, o prezado professor deve explicar que apesar das Lamentações de Jeremias não ser citada por Jesus, Este apresenta, em diversas circunstâncias, lamentações por Jerusalém (Mt 23.37), Cafarnaum (Mt 11.23), Corazim e Betsaida (Mt 11. 21), denotando o mesmo sentimento de Jeremias: Lamento pela impenitência das cidades.
Ojetivo 3
Com um caráter mais aplicativo, esse objetivo será alcançado quando o seu aluno compreender que a lamentação exercida pelo servo de Deus expressa a característica de Sal e Luz desse mundo (Mt 5.13,14) e denota, como consequência, uma obrigatoriedade de não se conformar com este mundo (Rm 12.2), por sermos filhos de Deus (Rm 8.14-16) e por termos a mente de Cristo (1 Co 2.16b). Precisamos transformar-nos diariamente pela renovação do nosso entendimento (Rm 12.2).
Aplicação
Encoraje o seu aluno a orar, interceder, lamentar e agir em meio uma sociedade sem Deus. Mostre que, apesar de algumas falsas promessas mágicas de triunfos, a vida é real e também todo o seu desdobramento, seja ele positivo ou negativo. Por isso, enquanto cidadãos nesse mundo somos sujeitos às circunstâncias presentes nele (Ec 9.2,3). Porém, isso não é motivo de conformismo, mas somos encorajados, lamentando ou se alegrando, a representar as expressões do Reino de Deus no mundo hodierno (Mt 5 – 7).
Prezado professor, na transição do atual trimestre para o próximo, é importante o exercício da auto-avaliação. Questione a si mesmo, “o que errou?”, “o que acertou?”, “o que pode aperfeiçoar?”. Ouça os seus alunos, permita que eles o avaliem. Os alunos são instrumentos chave em o nosso desenvolvimento magisterial. Deus abençoe! E boa aula!
ESCOLA BIBLICA DOMINICAL ***
Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas Mestre
Produzidos pelo Setor de Educação Cristã
Subsídios extras para a lição: O Ministério Profético na Bíblia,
a voz de Deus na Terra
3º trimestre/2010
Produzidos pelo Setor de Educação Cristã
Subsídios extras para a lição: O Ministério Profético na Bíblia,
a voz de Deus na Terra
3º trimestre/2010
Adquirindo Sabedoria através do Estudo da Palavra de Deus.
PARA MEDITAR:
Gen 41:39 - Depois disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu.
Pro 9:9 - Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina o justo e ele aumentará em doutrina.
Pro 16:16 - Quão melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! e quão mais excelente é adquirir a prudência do que a prata!
Lições do 2° TRIMESTRE
- Início
- Lição Davi - As Vitórias e derrotas
- Lição I João - Os Fundamentos da fé cristã e a per...
- Lição I Coríntios - Os problemas da Igreja e suas ...
- Jeremias, esperança em tempos de crise
- Lição 01 - O Ministério Profético no Antigo Testam...
- Lição 02 - A Natureza da Atividade Profética
- Lição 03 - As funções sociais e políticas da profe...
- Lição 04 - Profecia e Misticismo
- Lição 05 - A Autenticidade da Profecia